segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

DELEITE DE LETRAS:Um Projeto de Leitura

“A leitura é uma fonte inesgotável de prazer”
Carlos Drummond de Andrade


O Projeto de Leitura desenvolvido na Aldeia SOS João Pessoa – PB em 2009, conseguiu atingir o seu objetivo principal promovendo práticas cotidianas de leitura que estimulassem o prazer pelo texto literário contribuindo assim para o processo de formação cidadã dos educandos na perspectiva da formação integral.

Foi notável o esforço de educadores, das distintas linguagens no sentido de incentivar o uso do livro como instrumento de ludicidade e desenvolvimento intelectual.

Atualmente dispomos de aproximadamente 450 livros, incluindo os títulos destinados a formação dos educadores e romances para adultos, número ainda reduzido considerando a demanda média de oitenta livros por semana, isto é, abrindo o espaço de leitura do Centro Social uma única vez por semana para empréstimos.


Nas rodas literárias as crianças, adolescentes e familiares declamaram poemas e poesias, discutiram os poemas lidos e conheceram um pouco a vida do poeta, fizeram leitura coletiva, etc. Os educandos que não tinham tanto interesse na leitura, passaram a ter mais vontade de aprender a ler e escrever, nas rodas literárias participaram na leitura de poemas e levaram livros emprestados para casa.

A experiência através dos empréstimos de livros, rodas literárias e hora do conto impulsionaram o prazer e conseqüente procura pelo livro literário entre os/as meninos/as que freqüentam as atividades da Aldeia SOS - PB. A ação tem confirmado a premissa de que um indivíduo que convive numa ambiência letrada tem maior facilidade de desenvolvimento do seu aprendizado.



Relatos dos educadores afirmam perceber, que após as atividades que aconteceram na Tenda da Leitura e da abertura do espaço de leitura para empréstimo, propiciando assim o acesso livre dos meninos e meninas, para escolher os títulos de seu interesse no acervo, melhorou o desempenho dos educandos na leitura e na escrita.

A Organização propiciou em 2009 três encontros para formação de mediadores/as de leitura envolvendo escolas públicas, ONGs, centros comunitários e familiares. A iniciativa provocou significativas mudanças na forma de conceber a função do livro literário na formação das, crianças, adolescentes, jovens e seus familiares.



Atualmente, as Instituções que participaram deste processo de formação estão desenvolvendo práticas permanentes de leituras no cotidiano escolar e sentindo-se motivadas em investir na criação de um espaço coletivo de leitura no bairro de Mangabeira localizado em João Pessoa/PB.



Elisângela Pereira da Silva
Assistente Pedagógica
Aldeia SOS – JP/ PB

quinta-feira, 17 de dezembro de 2009

Natal legal na Aldeia SOS de Caicó




Os funcionários da Justiça Federal, Estadual, do Trabalho e Eleitoral do município de Caicó, escolheram a Aldeia SOS para apadrinhar um Natal Legal. A tarde desta terça-feira, dia 15, foi iniciada com a presença indispensável do Papai Noel Legal, logo após o coral de crianças e adolescentes compostos por integrantes do Acolhimento e Fortalecimento sonorizaram o espaço com cantigas de roda, regidas pela professora Juçara... em seguida o grupo de flauta doce, regido pelo maestro Nomilson, composto pelo mesmo público alvo, entoou canções natalinas, o que emocionou a todos e todas que apreciavam.
Estiveram presentes, além dos colaboradores da Aldeia SOS - Caicó, os funcionários dos segmentos da justiça e todas as nossas crianças acolhidas e uma representação do Fortalecimento. Após as apresentações foram distribuídos os presentes para todas as crianças do Acolhimento, assim como um delicioso lanche à todos e todas.O nosso mercado social, com as produções artísticas dos Centros Sociais e Comunitários, funcionou a todo o vapor!!!
Foi uma tarde maravilhosa, cheia de brilho e magia envolvidos pelo espírito do natal...

segunda-feira, 30 de novembro de 2009

UERN X ALDEIAS INFANTIS RN = PARCERIA






Neste mês de novembro recebemos a valiosa visita dos alunos do Curso de Enfermagem da Universidade Estadual do RN, por intermédio da Profª Linda Cátia da disciplina de Saúde da Criança. Num primeiro momento o gestor - Santiago Júnior - falou da criação das Aldeias por Hermann Gmeiner, assim como a apresentação de nossas linhas de atuação no Programa de Desenvolvimento Sócio-comunitário. Fabíola Dantas expos nossas diretrizes a partir da Metodologia do Enfoque Integral, sempre lembrando do valor humanitário que deve existir em todos os campos, inclusive no âmbito da saúde.
Após esse momento os estudandes visitaram o Acolhimento Institucional e o Centro Social do bairro Castelo Branco. Após a visita foi firmada a parceria para multirões de saúde em nossos Centros Sociais e Comunitários, assim como no Acolhimento, em parceria com a UERN.
Foi uma experiência única!!!
Fabíola Dantas
Assistente Pedagógica

Apresentação do Programa de DesenvolvimentoSócio- comunitário na UFRN


Em outubro deste ano fomos convidados para apresentar o Programa de Desenvolvimento Sócio-comunitário das Aldeias Infantis SOS na UFRN, a convite da Profª Drª Maria de Fátima Garcia, visto que a mesma abriu a possibilidade de trabalhos na área de Práticas Pedagógicas em ONGs, contemplando a nossa Organização.
Foi maravilhoso apresentar o nosso trabalho... causou encanto!
Um grupo de estudantes estão desenvolvendo um trabalho científico de Inclusão Social nas escolas onde nossas crianças estudam afim de mensurar se realmente há algum tipo de diferenciação de tratamento entre as crianças atendidas nas Instituições de Ensino. Dessa forma vamos ampliando o nosso campo de atuação e buscando novas parcerias!!!!

Fabíola Dantas
Assistente Pedagógica

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Rede:Tecendo um Ser e um Fazer, eis a questão!




Apesar da palavra rede esta intrínseca a várias áreas do conhecimento e atuação, vamos nos deter na área social e para isto apesar da mesma conter vários significados nos deteremos na mais pura e real que é a rede de pesca: emaranhado de nós que são lançados a um universo diversificado de água, pelos pescadores,na busca de um alimento que irá nutrir a sua necessidade alimentícia ou esportiva.
Este é um dos sentidos que fez com que o Programa de Fortalecimento Familiar e Comunitário de Recife buscasse ampliar suas ações para além dos projetos e das atuações em sala. Foi na sede de nutrir-se de um alimento que nos desse força para caminharmos firmes na jornada do dia a dia que nos lançamos apoiados pelos componentes (família, mulher, criança e comunidade), do nosso principal objetivo: “ Promover e Defender os direitos da criança e do adolescente”. Nesta perspectiva em novembro de 2008 seguiram por pés e mãos de pessoas que fazem valer, os convites às escolas municipais, estaduais e creches para participarem da primeira reunião de rede realizada pelo programa tendo como tema “Construindo redes para um mundo melhor”, bem, foram convidados ao todo 15 participantes, para a nossa surpresa, compareceram 08 (oito), quantitativo interessante, para uma primeira reunião.Na pauta continha a apresentação da organização e as ações desenvolvidas pelo programa. Os olhares eram de ansiedade e expectativas para quem não nos conhecia e de surpresa para quem já tinha ouvido falar
A cada instante as perguntas chegavam como uma sede de entender este novo mundo que lhes era apresentado. Entretanto, eles não entendiam que naquele momento a fome maior era nossa de alicerçarmos um compromisso comum, uma vez que as instituições de ensino formal têm um papel fundamental na vida das nossas crianças. Queríamos apoio, parceria, comunhão, críticas, sugestão, o que viem desta rede para nós seria, alimento para o alicerce das nossas ações.
Depois de uma hora e meia de discussão, atingimos a meta, ganhamos voluntários, advocacy, parceiros, admiradores enfim quem acompanhar verá.
Como as nossas reuniões são trimestrais, os contatos foram mantidos através da inserção de mais de 10 crianças na Rede pública, que estavam fora de faixa e sem nunca ter freqüentado à escola. Além disso, observamos famílias mais engajadas no voluntariado, comunidade buscando o Programa, pois ouviu alguém na escola falando. Ufa! É isto mesmo, até e-mail da rede construímos para melhor comunicação; as gestoras e coordenadoras das instituições nos visitam trazendo sempre novidades, sem falar que somos também muito bem recebidas(os).
Bem pessoal é isto! Aprendemos a fazer, porque acreditamos que só seríamos uma rede, se convivêssemos juntos (Educação social * Educação Formal), a rede nada mais é do que a soma das diferentes idéias na busca do mesmo ideal: a Promoção pelo direito humano de crianças,adolescentes e jovens.

Juliana Gomes
Aldeias Infantis SOS Brasil/Recife-PE

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Era uma vez uma mala, uma praça ..............




Era uma vez: uma mala, uma praça ..............

Revisitando as práticas, o Programa de Fortalecimento Familiar e Comunitário- Recife/PE, entendeu que era preciso inová-las, buscando novos caminhos que levariam os atores participantes desta história a se reinventar e se perceberem como seres de deveres e de direitos, revendo assim uma modelo superado de educação bancaria, onde as letras só interessam a quem as possuem decoradas no cognitivo, onde a magia dos livros não ultrapassam as figuras coloridas dos seu interior.
Este mundo que foi pintado de cores pardas nos caminhos educacionais que muitas vezes são trêmulos e ineficazes, deixa marcas na base cognitiva da criança, na qual se criam muros muitas vezes difíceis de transpor. Entendemos que o remédio nada mais é do que a mistura de oportunidade com estímulos e aí sim a literatura se vale de todos os seus contos e encantos. Agora é a minha vez de contar uma história. Estão prontos(as)?, Era uma vez..... uma caixa de papelão, de sapato, de DVD,ou sei lá o que! Transformou-se numa mala de saberes e sabores, empapelada com pedaços de revista e um pouco de cola. Pronto! Surge ela, a responsável por sorrisos, curiosidades, mentes criativas e crianças protagonistas: “A mala de leitura”. Iniciou-se em uma pequena caixa de sapato, pequeninaaaaaa, mas feita com muito carinho pela educadora Isabel, esta que sempre estava atenta e ansiosa pela oportunidade de levá-la à prática. Muitas foram às tentativas, várias foram às frustrações, quase nada se tinha no acervo de livros paradidáticos para que esta mala viajasse longe.
Um belo dia, um e-mail muda tudo. A Fundação Educar Dpaschoal doadora de livros paradidáticos recebe nosso cadastro e envia 150 (cento e cinqüenta) livros! Para nós, foi uma alegria só, pense que essa dose de estímulo foi fundamental para que a mala viajasse para a casa das crianças, recheada de livros, para ser deliciada pela família e amigos, foi uma festa! A educadora não podia se conter de tanta alegria, o projeto nasce dos saberes e incertezas de uma vida para muitas vidas.
João retorna com a mala, cheio de novidades e relata na roda de conversa a satisfação que foi ler os livros com a mãe mesmo sem apropriação devida das letras. As imagens para ele foram fundamentais.
No amanhecer do novo dia todos queriam levar a mala, era uma confusão, pense! E assim ela viajou casas e casas, aproximando pais e filhos, irmãos, vizinhos .... Passou-se o tempo e a mala ficou pequena, porém maior no seu fazer, criou pernas e andou até a praça do Engenho do Meio, feito uma minhoca onde cada elo desta era uma criança atrás da outra na fila. Rompendo os muros do Centro Social, a leitura invade a praça formada por uma grande roda de crianças, despertando a curiosidade de senhoras, policiais, moradores e outras crianças. O movimento que sem querer querendo impactava o bairro, todo mundo olhava, a rotina foi estabelecida, quando era dia de leitura na praça as expectativas eram grandes:
“Gosto da roda de leitura da praça”(Alisson-05 anos).
“Tia manda este menino da bicicreta, sentar na roda pra escuta a história.” (Wellington-06 anos).
“ É bom a roda na praça, lá tem muitas árvores e muito vento”(Nívia – 05 anos).
“A roda da praça é massa!” (Leandro- 07 anos).
“Eita, tia olha a letra do meu nome no livro... rsrsrsrs” (Thiago- 07 anos).
É assim que todos vêem esta ação tão impactante, o gosto apurado pela leitura, a cooperação entre os participantes, o desejo de aprender leva as crianças a entender que na vida existem vários caminhos basta oportunizá-los.
Hoje temos cerca de 500 livros, todos doados, ambientalizamos a sala com almofadas, tapetes bonecos(as) de pano, livreiro, aconchegando este filho, que nasceu e cresce nas mãos e nas mentes das nossas crianças.
Juliana Gomes
Assistente Pedagógica
Aldeias Infantis SOS Recife